quinta-feira, 2 de julho de 2009
Chefes estrangeiros lutam com diferenças culturais
Ali Haydar Berkpinar nasceu e cresceu na Turquia. Quando sua família decidiu emigrar para Frankfurt, Ali estava ainda no período escolar. Hoje ele é chefe da representação alemã da fabricante de automóveis turca Tofas. Mas, mesmo após tanto tempo vivendo e trabalhando na capital financeira alemã, Ali ainda se sente ligado à Turquia. "No sentido material, me sinto alemão. Mas cultural e emocionalmente eu citaria a Turquia em segundo lugar".
O palestino Maximilian Jaber vive uma situação semelhante. Ele é presidente da Concave, uma empresa de consultoria em tecnologia da informação de Düsseldorf. Entre seus clientes, estão os governos de Barein e dos Emirados Árabes Unidos, bem como a Secretaria do Trabalho do Estado alemão de Baden-Württemberg e a Câmara da Indústria e Comércio de Dortmund. Jaber também se considera entre duas culturas: "Penso como um alemão, mas me vejo como cidadão internacional", explica. "Mas, quando se trata de sentimentos, aí eu sou o árabe sentimental. Bem palestino."
Hoje existem cerca de 60 mil empresas de origem turca na Alemanha – e elas não vendem apenas legumes ou comidas típicas. Muitos turcos são hoje grandes empresários, como Vural Öger, dono da rede de agências de turismo Öger Tours, de Hamburgo, e o empresário têxtil Kemal Sahin, de Aachen. Ao todo, eles movimentam anualmente cerca de 30 bilhões de euros e empregam mais de 350 mil funcionários, inclusive alemães.
Pontualidade x flexibilidade
Para ajudar empresários estrangeiros a solucionar problemas administrativos, há diversas organizações, como a União Teuto-Arábica do Comércio e Indústria, em Berlim, ou a recém-fundada Câmara Turco-Alemã do Comércio e Indústria, em Colônia. Mas como lidar com diferenças no nível cultural?
Problemas de integração já são coisas do passado para Berkpinar e Jaber. Afinal, quem quiser fazer bons negócios na Alemanha não pode se fechar à sociedade onde vive. Mas ambos admitem que existem diferenças de mentalidade. "O que eu considero alemão são a pontualidade e a confiança", disse Berkpinar. "Já a flexibilidade na prestação de serviços – isso eu considero turco."
Para Jaber, sua condição multicultural é uma vantagem nos negócios. "Eu penso um pouco mais globalmente e levo circunstâncias culturais mais em consideração."
Diferenças religiosas são problemáticas
Mas muitos funcionários muçulmanos, por exemplo, reclamam que não podem rezar no ambiente de trabalho. Berkpinar também é muçulmano, mas é contra religião no trabalho. "Os alemães também não rezam no trabalho", argumenta. "Se eles querem rezar, que vão à igreja – e isso eles podem fazer em seu tempo livre. Não no trabalho."
Maximilian Jaber é mais compreensivo. Na sua opinião, uma empresa moderna deveria considerar as necessidades religiosas de seus empregados. Mas mesmo assim: "Organizar um espaço só para orações seria demais. As empresas já têm muito com que se preocupar na Alemanha", argumenta Jaber. "Se os funcionários querem rezar, eles podem escolher um local qualquer na empresa e fazer isso ali mesmo."
AS NOVAS EMPRESAS E AS DIFERENÇAS CULTURAIS
Este, justamente, será um dos temas tratados no Fórum Global que a SOCIETY FOR HUMAN RESOURCES MANAGEMENT realiza, em Nova York, entre 15 e 17 de abril. O evento reúne centenas de profissionais do mundo todo e, por isso, torna-se um espaço privilegiado para discussões estratégicas, workshops e apresentações sobre as práticas globais em Recursos Humanos, inclusive os complexos processos de Fusões e Aquisições. CM Sociologia de Empresa, companhia argentina especializada em processos culturais para empresas que passam por fusões, fará três apresentações especiais no Fórum, enfocando a América Latina: Keys For Talent Hiring In Latin America (Chaves para a contratação de talentos na América Latina);How To Recruit In Times Of Downsizing, Mergers & Acquisitions (Como recrutar em tempos de “donwsinzings”, fusões e aquisições), com Horácio D’Agostino como palestrante; e Managing Successful Mergers & Acquisitions In Latin American Cultures (Administrando com sucesso Fusões e Aquisições nas culturas da América Latina), com Enrique Tarelli e Horácio D’Agostino.Horacio D´Agostino, especialista em Recursos Humanos, membro da IACMP (International Association of Career Management Association) e vice-presidente executivo da CM Sociología de Empresa, conversa sobre a fusão de culturas diferentes em uma empresa e o desafio que isto representa para a área de Recursos Humanos.
Diferenças culturais levam empresas a pagar cursos para expatriados
Com uma demanda cada vez maior em relação a essa questão, tem surgido algumas empresas especializadas em treinamentos interculturais. É o caso da Going Global, que para garantir uma boa fase de transição do executivo e de seus familiares, oferece programas de acompanhamento da mudança de país, ensina sobre culturas locais e aborda como as diferenças culturais influenciam nos métodos de trabalho.
Durante o curso, o executivo é treinado para facilitar sua vivência num ambiente de trabalho desconhecido. A esposa aprende como interagir com as pessoas perante as questões do dia-a-dia, como matricular filhos na escola e ir ao supermercado. Também é estimulada a buscar atividades de lazer como freqüentar clubes, academias, fazer cursos além de ficar a par de costumes básicos para não cometer gafes. Se a família vai para a China, por exemplo, deve saber que não pode servir carne para eventuais visitantes pois lá, o animal é sagrado, entre outros costumes incomuns.
Segundo a Going Global, esses treinamentos servem para diminuir preconceitos das pessoas em relação aos costumes incomuns, evitam choque cultural e ajuda-os a estabelecerem uma rotina tranquila. Funcionários de empresas como Rhodia, Siemens e Natura participaram do treinamento.
O valor da cultura empresarial
O Futuro das Empresas Familiares
01 de junho de 2009 às 00:10
“A turbulência pela qual os negócios familiares estão passando, é forte. Se você quiser sobreviver em uma empresa familiar, você precisa organizar a família.”. Foi com esta afirmação que John Davis, considerado a maior autoridade mundial em gestão de empresas familiares, Presidente do Owner Managed Business Institute, líder do programa de educação executiva Families in Business: from Generation to Generation na Harvard Business School, abriu o Fórum Mundial de Gestão de Empresas Familiares, realizado pela HSM do Brasil em São Paulo.O professor, que presta consultoria em muitos países a empresas familiares em gestão corporativa e familiar, trabalha com parentes, relacionamento com acionistas, planejamento estratégico e sucessório, e profissionalização da empresa familiar, e nos últimos anos vem trabalhando com alguns dos principais grupos familiares do Brasil, como o Pão de Açúcar, Gerdau e Votorantim, apresentou o resultado de uma pesquisa inédita, feita com 566 empresas brasileiras, realizada por ele e seus colegas Sandra Guerra, da USP, Bengt Hallqvist, do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e Cristina Bertinelli, da Universidade de Bérgamo, da Itália, com o apoio da HSM.Surpresa ou não, o resultado apontou que apenas 22% das empresas familiares afirmam que usam contrato de compra e venda entre seus proprietários. Talvez seja este o principal motivo pelo qual a maioria das empresas familiares não sobrevive à quinta geração. “Você precisa organizar a família. As segundas gerações têm uma falsa esperança de que o líder (o fundador) tenha um poder sobre a governança, e isso não acontece”, afirma Davis.
Negócios com a China
As diferenças culturais anteriormente indicadas deram lugar a uma série de conceitos que caracterizam a forma não somente de negociar, como também de ser e viver do empresário local. O homem de negócios ocidental deve trabalhar em seu entendimento e não prescindir deles durante nenhuma fase do processo de negociação e relação com um potencial sócio, cliente ou fornecedor chinês.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Queda dos juros vai provocar mudança cultural
Cinco especialistas, incluindo Henrique Meirelles, dizem o que muda com a Selic em um dígito
Por Angela Pimenta 15.06.2009 13h32
Os juros brasileiros na casa de um dígito representam para investidores, empresários e consumidores um novo paradigma cultural. As taxas bancárias vão cair tanto na hora de buscar crédito quanto no momento de resgatar aplicações financeiras - incluindo a poupança. Dessa forma, o mercado terá de buscar novas formas de financiar o desenvolvimento brasileiro. É o que avaliam cinco especialistas consultados por EXAME, entre eles, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Origem: Portal EXAME
Fonte: http://portalexame.abril.com.br/financas/queda-juros-vai-provocar-mudanca-cultural-477304.html
Sadia e Perdigão: produtores de suínos querem mudar contratos das integrações
Os criadores de suínos querem aproveitar a análise da união de Sadia e Perdigão pelo sistema de defesa da concorrência para reformular as relações contratuais e negociar mecanismos de formação de preços pagos por todas as indústrias do setor. A Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) pediram ontem, em reunião com dirigentes, a intervenção das secretarias de Acompanhamento Econômico (Seae) e de Direito Econômico (SDE) para conferir relevância aos efeitos da operação sobre o mercado de suínos para abate. "A indústria dá prêmios e impõe deságios que não têm referência pública ou isenta", diz o presidente da ABCS, Rubens Valentini. "Nossa posição é construir, e não brigar. Mas seremos firmes". O executivo diz que é uma "oportunidade histórica" para rearrumar o setor nas ponta do consumo, mas também do lado do fornecimento de matéria-prima. O pedido dos criadores, segundo a ABCS, poderia ser referendado pelas indústrias de ração animal e de medicamentos veterinários. Sob análise, está a criação de uma câmara de arbitragem para regular essas relações comerciais. Em jogo, está o interesse de 60 mil granjas industriais e os empregos de quase 1 milhão de pessoas na cadeia produtiva do quarto maior produtor mundial de suínos, segundo a ABCS. "Precisamos estabelecer um conceito de formação de preços com mecanismos públicos e isentos para a matéria-prima", defende Valentini, que terá nova reunião com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nos próximos dias. A ABCS argumenta que o abate tem expressiva concentração geográfica - 97,5% dos abates ocorre em oito Estados - e que o aspecto social dos produtores integrados tem sido interpretado de forma equivocada pelo governo, já que há cada vez menos pequenos criadores no mercado. "Nos anos 70, as granjas tinham 4,5 matrizes. Hoje, os novos projetos têm ao menos 4,4 mil matrizes. Essa relação não atende mais à questão social", diz Valentini. Os criadores querem tornar independentes as cotações do mercado livre (spot) e do mercado regulado pelos contratos de integração. O preço definido pelas indústrias nas parcerias ("Sindicarnes") baliza, na prática, as cotações no mercado spot. "Quando um lado tem mais poder do que todos os outros, o Poder Público precisa intervir e induzir para um acordo entre as partes", afirma. Hoje, as indústrias adotam a remuneração contratual por meio de critérios como produtividade, animais nascidos vivos, taxa de conversão, velocidade de crescimento, ganho de peso diário e classificação de carcaça. "A indústria procura descaracterizar vínculos trabalhistas com os integrados com os contratos. Mas há aí uma relação que precisa ser esclarecida", diz Valentini.
Origem: Agrolink